domingo, 6 de abril de 2014


Um comentário:

  1. Nossos sonhos às vezes são tão pequenos que logo após deixam de ser sonhos e quando se tornam realidade percebemos que bastava-nos o sonho.

    Lembro do meu primeiro micro-ondas Goldstar que deixava a comida sem cor, comprado juntamente com um vídeo-cassete que tive que mandar transcodificar para que eu visse os filmes à cores, um rebobinador de fitas, para não diminuir a vida útil deste, uma pipoqueira elétrica que deixava a pipoca com gosto de isopor e dois coelhos de pelúcia, tudo adquirido lá pelos idos de 1992, quando fui à San Juan e Trinidad Tobago.
    Ainda tenho os coelhos a pipoqueira e o rebobinador, estes dois últimos porque fiquei com pena de me desfazer, o micro-ondas dei-o porque queimou a tomada e não servia pra muita coisa, o vídeo-cassete vendi-o porque mesmo transcodificado não sustentava o colorido a que me habituara a ver na TV.
    Recentemente, em 2013 ganhei um num sorteio de festa de fim de ano para o qual fui como convidado aqui em Corumbá, para tristeza dos demais, como estava de mudança para Niterói nem desembalei, voltando a morar aqui lá o deixei.
    Não era um sonho, não era desejado e lá ele ficou para talvez facilitar a vida de meus filhos que lá ficaram e que talvez tenham mais necessidade do que eu.
    Agrada-me, de volta a Corumbá, o gosto de peixada, ou piranhada, feita num panelão numa fogueira de lenha, o gosto com cheiro de lembranças.
    Micro-ondas nenhum proporcionará isso.

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